Resenha: Joyland - Stephen King

Joyland
Autor: Stephen King
Ano: 2015
Páginas: 240 
Editora: Suma de Letras
Sinopse: Um pequeno conselho: não se aventure na roda-gigante em uma noite chuvosa. Carolina do Norte, 1973. O universitário Devin Jones começa um trabalho temporário no parque Joyland, esperando esquecer a namorada que partiu seu coração. Mas é outra garota que acaba mudando seu mundo para sempre: a vítima de um serial killer. Linda Grey foi morta no parque há anos, e diz a lenda que seu espírito ainda assombra o trem fantasma. Não demora para que Devin embarque em sua própria investigação, tentando juntar as pontas soltas do caso. O assassino ainda está à solta, mas o espírito de Linda precisa ser libertado — e para isso Dev conta com a ajuda de Mike, um menino com um dom especial e uma doença séria. O destino de uma criança e a realidade sombria da vida vêm à tona neste eletrizante mistério sobre amar e perder, sobre crescer e envelhecer — e sobre aqueles que sequer tiveram a chance de passar por essas experiências porque a morte lhes chegou cedo demais.

O que achei:


"Quando se tem vinte e um anos, a vida é um mapa rodoviário. Só quando se chega aos vinte e cinco, mais ou menos, é que se começa a desconfiar que estávamos olhando o mapa de cabeça pra baixo, e apenas aos quarenta anos temos certeza absoluta disso. Quando se chega aos sessenta, vai por mim, já se está completamente perdido."

Joyland conta a história de Devin Jones, um universitário que se inscreve em um programa de emprego de verão no parque Joyland afim de guardar direito para a universidade agora que a mãe faleceu e o pai passa por dificuldades. Devin é virgem, mas tem ainda uma namorada, Wendy, pela qual é completamente apaixonado, mas logo que você vê a primeira frase que ele fala dela você já sabe que aquela ali é uma "bonitinha, mas ordinária" que vai quebrar o coração do bichinho assim que ele piscar duas vezes.

"Eu era um virgem de vinte e um anos com aspirações literárias. Tinha três calças jeans, quatro cuecas, um Ford velho (com um rádio bom), pensamentos suicidas eventuais e um coração partido"

Paralelamente ao drama emocional de Devin, conhecemos a história de Linda Grey. Uma jovem que foi morta muitos anos atrás dentro do parque e de acordo com o que contam, o seu espírito ainda assombra o trem fantasma. Claro que isso chama atenção dos jovens temporários e eles passa a investigar o caso. Tudo parece brincadeira até que Devin faz uma visita a cartomante do parque (por brincadeira), mas com o tempo as suas previsões não parecem tão bombas assim.

Durante esse tempo, muitas pessoas passam na vida de Devin, inclusive um fofo garotinho com distrofia muscular e a sua mãe. E com eles ele percebe como a vida é muito mais do que problemas com namoradas ou a virgindade. E resolve ficar no parque para trabalhar em definitivo e descobrir quem afinal matou Linda Grey. Com a ajuda de um dom muito especial do garoto.


"Ele desenrolou a linha e a pipa subiu, primeiro sobre a areia e depois sobre o mar, indo cada vez mais alto naquele azul de fim de tarde em setembro. Eu observei por algum tempo, depois arrisquei um olhar para a mulher. Ela não se enrijeceu com meu olhar porque não o viu. Toda a sua atenção estava no filho. Acho que nunca vi tanto amor e tanta felicidade no rosto de uma pessoa. Porque ele estava feliz. Os olhos dele brilhavam e a tosse havia parado."

Este foi mais um livro muito bom do mestre Stephen King. Sei que muitas pessoas consideram este um dos livros mais fracos do autor (principalmente pelo fato de absolutamente não ser de terror), mas eu realmente gostei. Tem uma pegada nostalgia de filmes dos anos 70/80/90 da sessão da tarde com uma vibe de horror então eu me senti "em casa” adoro filme antigo. E eu adoro também esse clima de circo/parque de diversões em que conhecemos jargões, bastidores de atrações, lendas que "fulano disse que ciclano disse que viu um fantasma ali", homens que parecem malvados, mas só são rabugentos, mulheres bonitas e em Joyland temos o Plus de ter jovens no meio.

Algo que eu não gostei no livro foi a organização do livro. O fato de não ter capítulo, não sei vocês, mas eu gosto de me organizar em metas diárias hahah ou momentâneas, então o fato da edição não ter (só são separados com corações) me fez cansar rápido porque parecia que se eu parasse seria o mesmo que eu parar um livro no meio do capítulo. OK que possivelmente este ponto tem ligação com algum transtorno obsessivo meu, mas eu precisava desabafar (aquelas).

MAS, isso foi uma questão muito pessoal ligada a formatação, então não pode ser julgada como uma crítica direta ao livro.

Em Joyland encontramos uma mistura de drama (boatos dizem que no final dá uma coceira nos olhos), romance, amadurecimento, mistério, amizade, sobrenatural e uma galerinha que vive altas aventuras haha. Simples, porém, cheio de substância. Tem umas cenas tão doces que me deixaram com o coração aquecido. E sincero, muito sincero.

Adorei.

"Aquele outono foi o mais bonito da minha vida. Mesmo quarenta anos depois, ainda posso dizer isso. E nunca fui tão infeliz, também posso dizer."


Sobre o autor

Stephen King era um leitor fanático dos quadrinhos EC's horror comics incluindo Tales from the crypt, que estimulou seu amor pelo terror. Na escola, ele escrevia histórias baseadas nos filmes que assistia e as copiava com a ajuda de seu irmão David. King as vendia aos amigos, mas seus professores desaprovaram e o forçaram a parar. De 1966 a 1971, Stephen estudou Inglês na Universidade do Maine em Orono, onde ele escrevia uma coluna intitulada "King's Garbage Truck" para o jornal estudantil, o Maine Campus. Ele conheceu Tabitha Spruce lá e se casaram em 1971. O período que passou no campus influenciou muito em suas histórias, e os trabalhos que ele aceitava para poder pagar pelos seus estudos inspiraram histórias como "The Mangler" e o romance "Roadwork" (como Richard Bachman).

Sobre a edição


A Suma de Letras sempre arrasa nas suas publicações. A única coisa que eu não curti tanto foi o fato do livro nao ter capítulos. Tem umas divisões textuais com um simbolozinho, mas capítulo mesmo não tem O que claro não é culpa da editora haha, mas foi uma coisa que deixou a leitura um pouco cansativa. Para um livro tão pequeno.

Nas telinhas:

Os direitos de adaptação foram comprados por Tate Taylor, que deu início à sua carreira como roteirista e diretor com a adaptação de Histórias Cruzadas, cujos direitos foram adquiridos antes de Kathryn Stockett terminar de escevê-lo, ficará responsável também pela adaptação de Joyland. Isso em 2013, mas até agora nada se confirmou.

Nota no Skoob

Beijos!



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