Lugares Escuros
Autor: Gillian Flynn
Editora: Bertrand Editora (lançado no
Brasil pela Intrínseca)
Páginas: 416
Ano: 2013
Sinopse: Libby Day tinha apenas sete anos
quando testemunhou o brutal assassinato da mãe e das duas irmãs na fazenda da
família. O acusado do crime foi seu irmão mais velho, que acabou condenado à
prisão perpétua.
Desde
aquele dia, Libby passou a viver sem rumo. Uma vida paralisada no tempo, sem
amigos, família ou trabalho. Mas, vinte e quatro anos depois, quando é
procurada por um grupo de pessoas convencidas da inocência de seu irmão, Libby
começa a se fazer as perguntas que até então nunca ousara formular. Será que a
voz que ouviu naquela noite era mesmo a do irmão? Ben era considerado um
desajustado na pequena cidade em que viviam, mas ele seria mesmo capaz de
matar? Existiria algum segredo por trás daqueles assassinatos?
O que achei:
Lugares
escuros, apesar de ter como pano de fundo a tragédia que Libby vivenciou ainda
criança, aborda não somente o evento em si, mas uma Libby 25 anos após o
ocorrido. Confesso que esta, apesar de ser um personagem estilo “tenham dó de
mim, olhem só o que eu passei” (detalhe evidenciado pela própria personagem,
que deseja receber doações em “comemoração” dos 25 anos da chacina), não é uma
personagem fácil de agradar ou até mesmo despertar uma leve empatia que seja no
leitor. Libby acredita que todos devem ter pena da “pobre menina sobrevivente”,
tem raiva de outras crianças que tiveram tragédias em suas vidas e assim
“roubaram” o seu dinheiro de doações, que seria maior se não tivesse que
dividir com essas outras crianças, entre outras coisas. Em um encontro com
responsável em administrar as doações que ela recebia, Libby descobre que o seu
dinheiro está acabando e que ela precisará começar a ir atrás do seu sustento
por ela própria o que causa certo desespero nela porque acha que não está
preparada ainda para uma rotina de trabalho. É então que uma “luz no fim do
túnel” aparece e ela recebe uma proposta de “trabalho” de uma espécie de grupo
em que ela iria receber 500 dólares para ir até eles e participar das suas
reuniões e podendo tirar “um extra” vendendo objetos pertencentes à sua família
assassinada (é...). Por um valor de 750 dólares (espertinha), Libby aceita
encontrar com a pessoa e este (será vivido no cinema pelo Nicholas Hoult
*suspira*) lhe apresenta o “Kill club”, que é uma sociedade secreta obcecada
por crimes extraordinários em especial a chacina da família Day, e descobre que
eles têm como objetivo reunir provas não analisadas pela polícia para libertar
Ben, o qual eles acreditam ser inocentes. Libby aceita participar da
“investigação” indo atrás de pessoas que tenham tido a ver com a história e
relatando suas descobertas para o Kill Club.
É a partir
daí então que o livro começa a se desenrolar entra passado e presente fazendo
com que o leitor, juntamente com o Kill Club e Libby, iniciem uma investigação
para saber se Ben realmente foi o responsável pela chacina ou não. Achei esse
ponto muito interessante, pois fez com que eu enquanto leitora pudesse também
elaborar minhas teorias sobre o caso. Confesso que os flashbacks foram mais
interessantes para mim do que os pontos de vistas atuais com a Libby e o Kill
Club fazendo assim com que o livro ficasse para mim entre altos (povs passado)
e baixos (povs presente). Fazendo com que desejasse “pular” essas partes do
presente o que não acredito que seja bom em um livro. Porém, como disse no
início a Libby realmente foi um personagem que me incomodou muito então não
conseguia querer acompanhá-la. Porém, acredito que este foi realmente a ideia
da autora, mostrar o depois que muitas pessoas acabam não sabendo. O que
acontecem (não regra, é claro) com aquelas crianças que aparecem na TV e todos
se sensibilizam em ajudar (só com dinheiro, é claro), mas que não querem saber
de fato em suas vidas. Libby foi assim. Vivei de doações em doações, de lares
em lares e adquiriu (de acordo com ela) uma personalidade “má” sendo assim “sua
culpa” não ser querida. Então foi pelo caminho do “se não me querem, que tenham
pena de mim então. Pois dessa forma sou de alguma forma desejada”. É
interessante ver o sentimento relatado por Libby no momento em que enfim
percebe que já não irão mais mandar doações, e em um momento ela até diz “as pessoas não querem saber como está a bebê
Libby hoje?” ou até mesmo para se sentir melhor e ter vontade de sair da
cama diz “vamos lá bebê Libby”. Bem,
porém isso já é outro tipo de análise hehe. Voltando ao livro...
O final do
livro, apesar de ter achado que poderia ser diferente (foi surpreendente,
confesso) foi muito bom, por ser uma das poucas coisas que não passaram pela
minha cabeça.
Obs: Eu li o livro no kindle, nesta
versão da Bertrand editora, ou seja, no português de Portugal, pois ele foi o
livro sorteado de uma TBR que faço com umas amigas e não deu tempo de ir atrás
da versão brasileira. Confesso que a leitura foi um pouco difícil por ter
várias expressões desconhecidas por mim (haha como “ratinha”) e que fizeram com
que eu tivesse que ir atrás do significado (aquelas que pelo contexto não deu
para entender). E bem... Também tornou umas partes engraçadas onde deveriam ser
sérias, eu confesso!!! HAHAHA.
Bem, é
isso. Apesar de ter achado Lugares Escuros, como um todo, um livro fraco em
comparado aos outros livros que já li da autora (Garota Exemplar e Objetos
Cortantes), eu recomendo a leitura, pois não tem como negar que a Gillian Flynn
é uma das autoras mais talentosas da atualidade (ainda revoltada por ela não
ter sido indicada ao Oscar pelo roteiro de Garota Exemplar). E claro, destacando
que cada um absorve e vivencia a leitura de uma forma diferente. Agora, só uma
pergunta fica no ar... Gillian Flynn, meu amor, o que os animais fizeram para
você???? Quer tornar todo mundo vegetariano?? Hahahaha leiam o livro e comentem
se concordam comigo ou não! Estou até hoje sem comer bacon por causa de Objetos
Cortantes e agora estou balançada pelas vacas. Hahah Qual será no próximo
livro? O frango? É com essa “pergunta” que me despeço. hahahah
Beijos e
até a próxima!
Nota: 3,5 estrelas.
Sobre o filme
A adaptação
do livro sairá pela Paris Filmes e tem como data de lançamento o dia 18 de
junho de 2015, terá 1h53min e será dirigido pelo diretor francês Gilles
Paquet-Brenner. O elenco conta com Charlize Theron no papel de Libby Day, Chloë
Grace Moretz no papel de Diondra e Tye Sheridan no papel do jovem Ben Day.
Sinopse: Libby Day é uma mulher traumatizada pelo assassinato de
toda a sua família, quando ela ainda era uma criança. Quando é abordada por uma
sociedade secreta, especializada em investigar crimes não resolvidos, Libby é
obrigada a relembrar sua tragédia familiar.
Curiosidades: A primeira atriz escolhida para o
papel de Libby Day foi Amy Adams, mas ela não estava mais disponível quando o
projeto reuniu o financiamento necessário. Assim, Charlize Theron foi
convidada. (Fonte: adorocinema)
OBS: Agora eu sou colaboradora do blog Dia de Leitora, então as resenhas postadas aqui serão postadas lá também ;) acompanhem!
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